Presidente da ADUFPI-SSIND
Nos últimos dias o reitor da Universidade Federal do Piauí, Luiz de Sousa Santos Júnior, vem se utilizando de uma intensa exposição na mídia para a obtenção de um objetivo nada louvável: intimidar docentes e técnicos da UFPI através da ameaça do corte de ponto. Com isso, procura a todo custo pôr fim à greve das duas categorias.
Sob o comando do reitor, pró-reitores disparam memorandos a diretores de
unidades e de campi com a determinação de que as ausências sejam
apuradas para, segundo eles, serem efetivados os descontos. O candidato do
reitor à sua sucessão, Arimateia Lopes, silencia coniventemente enquanto os
seus principais apoiadores enfatizam a ordem do reitor: “ou volta ou mando
cortar o ponto!”
De fato, existe uma
íntima articulação entre o esforço do reitor para pôr fim à greve e os
interesses do candidato Arimateia Lopes: ao criar inúmeros casuísmos com o
objetivo de garantir sem riscos a eleição do seu protegido o reitor acabou
atrasando perigosamente o processo, chegando agora a uma situação de desespero
que o leva a querer fazer a eleição a qualquer custo, mesmo descumprindo ordem
judicial.
A ameaça do corte
de ponto, portanto, não diz respeito a uma eventual preocupação do reitor com o
funcionamento da universidade. A preocupação é outra: ele sabe que à luz do
decreto 1916/96 só tem até o próximo dia 13 de setembro para o envio da lista
tríplice ao MEC. De outro modo, fatalmente será nomeado, ao final do seu mandato,
um reitor pró-têmpore, jogando por terra o sonho de Luiz Júnior de utilizar a
máquina universitária em favor do seu candidato. Beneficiário da pretensa
intimidação do reitor, o senhor Arimateia Lopes não apenas silencia diante da
intimidação, mas a estimula.
Entretanto, o
reitor Luiz Júnior não tem condições políticas, morais e jurídicas de cortar o
ponto dos professores e servidores. A ANDIFES, entidade que congrega os
reitores das universidades e institutos federais, já orientou os reitores a não
fazerem o corte, enquanto o MEC, através do próprio Ministro Aloísio
Mercadante, anunciou que o corte de ponto seria um grande equívoco, na medida
em que comprometeria a reposição das aulas. Ao tentar intimidar a comunidade
universitária, colocando-se na contramão da ANDIFES e do próprio MEC, Luiz
Júnior se arrisca a impor-se uma nova derrota: ser desmoralizado diante até
mesmo de seus pares por não poder cumprir a ameaça de cortar o ponto.
A ADUFPI, assim como as
sessões do ANDES em todo o Brasil, seguirá conduzindo a greve com
responsabilidade e respeito. A nossa expectativa é de que o governo atenda à
urgente necessidade de reestruturar a carreira docente
e atender as reivindicações das melhorias das condições de trabalho dos
professores (as) para que possamos todos (as) retomar as salas de aula. Mas o
final da greve não se dará pela intimidação de quem quer que seja. Apenas às
assembleias docentes é dado o poder de dizer quando e como ela deve acabar.
Quanto ao corte de ponto que o reitor da UFPI anuncia, não passa de uma
bravata: além de não dispor de condições políticas e morais para fazê-lo ele
igualmente não fará pelo simples fato de que o desconto de
salário dos servidores que aderirem á greve não está previsto em lei, de modo
que qualquer ato da administração da UFPI não existe amparo no ordenamento
jurídico. Portanto, conclusivamente podemos dizer: Não corta! Ponto.
Fonte: http://www.adufpi.org.br/noticias/nao-corta-ponto
Um comentário:
O discurso infamante e a cuspideira teórica apanharam. No voto limpo. Foi uma taca conversada. Para aprender. E trabalhar pelo desenvolvimento do UFPI. A atrapalhação não deu certo. Mais uma vez. Foi nos óculos.
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