A Assembléia Homologativa do Piauí decidiu pedir explicações à Globo sobre a "derrota" da Gyselle no BBB8. Depois, quando debocham da gente, há aquelas cenas provincianas ridículas de quebra de televisores na praça...
O leitor já ouviu falar em fiscalização com dia e hora marcados previamente e divulgados na imprensa? Faço essa pergunta por que a Comissão do Meio Ambiente e dos Direitos dos Consumidores da Assembléia Legislativa do Piauí, a pretexto de conhecer o projeto Energia Verde, da empresa JB Carbon, no início do ano passado, após ampla divulgação na mídia, visitou a fazenda, localizada na região conhecida como Serra Vermelha, no sudeste do Piauí. Ao voltar a Teresina, a comitiva de deputados preparou relatório, no qual conclui que “não há nenhuma irregularidade jurídica, trabalhista ou ambiental”. Poucos dias antes da visita dos parlamentares, dois auditores fiscais do Ministério do Trabalho fiscalizaram o projeto e chegaram a conclusão diametralmente oposta à dos deputados. Ao contrario do relatório “light” da comissão, os ficais constataram trabalho degradante e irregularidades trabalhistas cometidas contra 155 trabalhadores, oriundos sobretudo dos estados de Tocantins, Maranhão e Bahia. Ao contrário dos parlamentares, os auditores não anunciaram previamente a fiscalização, nem foram recebidos com mesuras pelo proprietário da fazenda. O trabalho dos auditores resultou na aplicação de multa à empresa, pagamento dos direitos dos empregados e assinatura de Termo de Ajuste de Conduta. O relatório dos auditores do Ministério do Trabalho colocou em cheque a credibilidade da Comissão de Meio Ambiente e dos Direitos dos Consumidores da Assembléia Legislativa. Na audiência pública realizada naquele poder, em 21/03/2007, o relatório dos auditores não foi mencionado por ninguém, nem mesmo pelos representantes das ONG contrárias ao desmatamento da Serra Vermelha. Inobstante isso, uma pergunta continua atual: se o projeto Energia Verde dispensou a seres humanos trabalho degradante, que atitudes devemos esperar dele em relação ao solo, às árvores e aos outros animais? Para contrariedade dos defensores – oficiais ou não – do desmatamento, o projeto Energia Verde foi definitivamente suspenso. O Ministério do Meio Ambiente já anunciou a criação do Parque Nacional da Serra Vermelha. Isso suscitou nova audiência pública na Assembléia Legislativa, realizada quinta-feira passada, dia 03. Derrotados também em recente decisão judicial do TRF da 1ª Região, os partidários da exploração dos recursos naturais da Serra Vermelha (agro-negócio + governo + políticos) agora estão fazendo de tudo para que o futuro Parque tenha uma área pequena. Nessa última audiência pública, os ares de circo estavam mais evidentes. Pessoas humildes, trazidas em ônibus de municípios da região do futuro Parque, ocuparam a apertada galeria do auditório. Elas vestiam camisetas uniformizadas, com expressões como “parques, tô fora!”; “não queremos parques, queremos empregos” e outras pérolas. Um dos oradores foi vaiado após lembrar de aroeira e barriguda, duas árvores nativas existentes na Serra Vermelha. Para bom entendedor, não é difícil compreender a linguagem – verbal e não-verbal – que caracterizou as duas audiências públicas sobre Serra Vermelha na Assembléia Legislativa, que o escritor piauiense Airton Sampaio, em seu blog, denominou Assembléia Homologativa do Piauí, cuja maioria dos membros é complacente com os interesses do agro-negócio sobre as riquezas do solo e do subsolo do sul e sudeste piauienses, onde os olhos da cobiça são grandes e o amor, pequeno.
Este amontoado de "casacas-pretas" só enxergam até a lapela dos seus bolsos gordos de cédulas azuis. Competência mesmo, qualificação de alguma coisa: zero. Quer o q? João de Deus, Tererê, Ubiraci(Preguiça), Flora(Coca- Cola e Pipoca). O time do besteirol e do falta do q fazer é enorme. Eita terra q não mais do equador, que não é mais de nada.
2 comentários:
OS OLHOS DA COBIÇA
Rogério Newton
O leitor já ouviu falar em fiscalização com dia e hora marcados previamente e divulgados na imprensa? Faço essa pergunta por que a Comissão do Meio Ambiente e dos Direitos dos Consumidores da Assembléia Legislativa do Piauí, a pretexto de conhecer o projeto Energia Verde, da empresa JB Carbon, no início do ano passado, após ampla divulgação na mídia, visitou a fazenda, localizada na região conhecida como Serra Vermelha, no sudeste do Piauí. Ao voltar a Teresina, a comitiva de deputados preparou relatório, no qual conclui que “não há nenhuma irregularidade jurídica, trabalhista ou ambiental”.
Poucos dias antes da visita dos parlamentares, dois auditores fiscais do Ministério do Trabalho fiscalizaram o projeto e chegaram a conclusão diametralmente oposta à dos deputados. Ao contrario do relatório “light” da comissão, os ficais constataram trabalho degradante e irregularidades trabalhistas cometidas contra 155 trabalhadores, oriundos sobretudo dos estados de Tocantins, Maranhão e Bahia. Ao contrário dos parlamentares, os auditores não anunciaram previamente a fiscalização, nem foram recebidos com mesuras pelo proprietário da fazenda. O trabalho dos auditores resultou na aplicação de multa à empresa, pagamento dos direitos dos empregados e assinatura de Termo de Ajuste de Conduta.
O relatório dos auditores do Ministério do Trabalho colocou em cheque a credibilidade da Comissão de Meio Ambiente e dos Direitos dos Consumidores da Assembléia Legislativa. Na audiência pública realizada naquele poder, em 21/03/2007, o relatório dos auditores não foi mencionado por ninguém, nem mesmo pelos representantes das ONG contrárias ao desmatamento da Serra Vermelha. Inobstante isso, uma pergunta continua atual: se o projeto Energia Verde dispensou a seres humanos trabalho degradante, que atitudes devemos esperar dele em relação ao solo, às árvores e aos outros animais?
Para contrariedade dos defensores – oficiais ou não – do desmatamento, o projeto Energia Verde foi definitivamente suspenso. O Ministério do Meio Ambiente já anunciou a criação do Parque Nacional da Serra Vermelha. Isso suscitou nova audiência pública na Assembléia Legislativa, realizada quinta-feira passada, dia 03. Derrotados também em recente decisão judicial do TRF da 1ª Região, os partidários da exploração dos recursos naturais da Serra Vermelha (agro-negócio + governo + políticos) agora estão fazendo de tudo para que o futuro Parque tenha uma área pequena.
Nessa última audiência pública, os ares de circo estavam mais evidentes. Pessoas humildes, trazidas em ônibus de municípios da região do futuro Parque, ocuparam a apertada galeria do auditório. Elas vestiam camisetas uniformizadas, com expressões como “parques, tô fora!”; “não queremos parques, queremos empregos” e outras pérolas. Um dos oradores foi vaiado após lembrar de aroeira e barriguda, duas árvores nativas existentes na Serra Vermelha.
Para bom entendedor, não é difícil compreender a linguagem – verbal e não-verbal – que caracterizou as duas audiências públicas sobre Serra Vermelha na Assembléia Legislativa, que o escritor piauiense Airton Sampaio, em seu blog, denominou Assembléia Homologativa do Piauí, cuja maioria dos membros é complacente com os interesses do agro-negócio sobre as riquezas do solo e do subsolo do sul e sudeste piauienses, onde os olhos da cobiça são grandes e o amor, pequeno.
Este amontoado de "casacas-pretas" só enxergam até a lapela dos seus bolsos gordos de cédulas azuis. Competência mesmo, qualificação de alguma coisa: zero. Quer o q? João de Deus, Tererê, Ubiraci(Preguiça), Flora(Coca- Cola e Pipoca). O time do besteirol e do falta do q fazer é enorme. Eita terra q não mais do equador, que não é mais de nada.
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