Puxado para o âmago de teu corpo magnífico
por par de lindos olhos de ressaca os teus
adentro-te em ti todo e pleno e inteiro
de amor, ai, de amor perdido
Como resistir, ah, como recusar
o infinito prazer presente
(germe do futuro infortúnio)
se teus olhos fatais viCIAM
se teu belo corpo insiNUA...
Sem alma mais nenhuma
que se em mim ela havia esta
agora é tua que, desalmada,
não me ama, eu que a ti
aclamo
proclamo
venero
Sob teus pés um pobre homem
de amor tomado eis
o invadido peito
ao teu implacável punhal oferecido
cordeiro
vassalo
escravo
capacho de teus olhos e seios e coxas e sexo e
língua mui molhada e mui mordidos lábios
eu uma louça quebradiça
eu um brinquedo de talo de buriti
eu, princesa, exagerado
sim, jogado a teus pés eu sou mesmo exagerado...
4 comentários:
A fragilidade do homem...tal o "brinquedo de talo de buriti"...eu adorei essa metáfora!
Passei pra dizer que achei 'mui' linda essa trova.
Belíssimo!!!
Emocionou-me, deveras, inteira...
Impossível não ser tocada por palavras tão lindamente colocadas...Hipnóticos eses versos...
"...Puxado para o âmago de teu corpo magnífico/por par de lindos olhos de ressaca os teus..."
Forte, magnífico...
Quanta sensibilidade!
Uma beleza esse poema.
Quem me dera eu fosse essa inspiradora...
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