quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

PARA MIM, O NÓS E ELIS JÁ FOI TARDE!

Agora deu, parece que por exigência de um senhor lá de Oeiras, um inexplicável surto de saudosismo sobre o Bar Nós e Elis.
Ninguém olvida que o Nós e Elis foi um ponto erótico-cultural de teresina dos maravilhosos anos de 1980 (se é pra ser nostálgico, também vou ser: era jovem, saudável e podia beber todas!). Mas devagar com o andor do oba-oba: nem tudo no lugar era magia. O dono, por exemplo.
Jamais me esquecerei de que, por insistência do José Pereira Bezerra, hoje Bezerra JP, a coletânea de contos Vencidos foi lançada ali, em 1987. Duas grandes merdas, então, ocorreram: a atitude pouco profissional do Paulo Gutemberg de perder as fotos do evento, as quais passou a noite tirando, e a grossura alcoólica do sr. Elias Prado Júnior. Embriagado a não mais poder, o DONO do bar se APODEROU (não fora convidado a falar) do microfone e fez um discurso contra o meu discurso porque, segundo as palavras etílicas dele, eu não sabia vender livro. Ainda hoje não sei, mas o engraçado é que a meta era vendermos, naquele lançamento, 50 exemplares e, surpresa!, vendemos 70.
No Nós e Elis depois daquilo só pus os pés quando, felizmente, mudou de dono. Então namorei, bebi, ouvi boas e MÁS músicas, joguei conversa fora... Afinal, não havia mais o perigo de um grosseirão empaturrado de uísque e Leonel Brizola vir encher o saco, valendo-se do nobre princípio da propriedade privada que, somente em discurso, mas somente em discurso mesmo, combatia.
O Nós e Elis, para mim, não tem, pois, essa aura tão decantada. E se no lugar dele há agora uma padaria, ou farmácia, ou açougue, c´ést la vie. Saudade, repito, até tenho da época, daquele tempo de cabelos ainda não grisalhos e saúde de ferro em que médicos me eram figuras distantes, quase mitológicas, mas do bar... Sinceramente, o Nós e Elis, para mim, já se foi tarde!
P.s. Antes que os politicamente corretos me venham lembrar que o sr. Elias Prado Júnior não está mais entre nós, sugiro que leia o marcador desta postagem.

5 comentários:

EMERSON ARAÚJO disse...

Eu estou sabendo que o bar Nós e Elis era de propriedade deste político conturbado, que recebia na palma da mão as vantagens de Mão Santa, Heráclito Fortes e Wellington Dias agora depois de mais 20 tantos anos. Ainda bem. O que ficou mesmo dali foram as "minas" que a gente levava para os banco da pracinha, só isso! Depois das aulas enfadonhas do Curso de Letras na UFPI.

EMERSON ARAÚJO disse...

Meu bom, Airton Sampaio, estou agora num beco sem saída e a solução está com você. Deram-me a incumbência de convencê-lo a ir ao Sítio Sariema neste período entre natal e ano novo. E estou aqui querendo que você agende uma data. Não te preocupes terei o maior prazer em levá-lo, pois tua presença é imprescindível, e trazê-lo. Os acessórios que te acompanham também irão. Aliás quem você quiser levar com você no meu "corsinha" tem assento. Responda-me, urgente. Um abraço.

Airton Sampaio disse...

Vamos ver, poeta, vamos ver. Até lá tem tempo... Abração!

Joca Oeiras disse...

Querido Aiton Sampaio:

Essa história de eu ter exigido que as pessoas se manifestassem sobre o Nós e Elis demonstra claramente, para mim, que você tem humor, mesmo quando atacado pelo mau-humor.

As pessoas que aquiesceram em escrever sobre o "Nós e Elis" dispiciendo dizer, o fizeram em exercício de sua livre e espontânea vontade, exatamente como você acaba de fazer.

Quero pedir-lhe permissão para postar seu desabafo no "portal do Sertão" (www.fnt.org.br), sítio virtualda Fundação Nogueira Tapety FNT.

Por outro lado, gostarei de conversas com vc mais alongadamente. Meu e-mail principal é jocaoeiras@yahoo.com.br

Airton Sampaio disse...

Caro Joca, desde que, é claro, cite a fonte, nem precisava me pedir permissão nenhuma. No entanto, não fiz qualqer desabafo, apenas quis, com bom ou mau humor, colocar o barzinho Nós e Elis no seu real tamanho e como o que realmente ele foi: um barzinho. Nada mais. Grandes mesmo foram a época e as pessoas, não o lugar,
que já se foi tarde.